O café expresso é uma verdadeira instituição na Itália. Está no quotidiano irrenunciável ligado à cultura, tradição e hábito mesmo dos italianos. Podemos arriscar a dizer que faz parte da identidade do povo italiano.
Já ouviu aquela frase? “O dia só começa depois do café.”
Certamente aqui na Itália isso é coisa mais que séria.
Seja para ganhar a energia necessária para o trabalho ou apenas para um relax, os encontros frequentes nas cafeteiras de toda e qualquer cidade italiana, são quase como um ritual. Estima-se que os italianos gastam, em média, 260 euros por ano em café, considerando o consumo em casa e na rua.
E durante o trabalho? Bateu aquela vontade do café? Como faz?
Fecham a loja e rumo à cafeteria, ué?! Simples assim!
Certa vez, na papelaria, me surpreendi quando vi um aviso deixado pelo proprietário na porta, avisando que ele tinha ido tomar um café e voltava logo (“torno súbito”), dá para acreditar?
Ok! Fiquei ali esperando uns cinco minutos, pois como já conhecia o costume da “pausa café” sabia que voltaria logo mesmo.
Dei risada pensando se isso seria praticável no Brasil…
Quer ver como a coisa é séria?
Uma pesquisa conduzida pela Câmera de Comércio de Milão e pelo ICO (International Coffee Organization) concluíram que 97% dos italianos bebem um cafezinho ao menos uma vez por dia ou alguma bebida à base de café. O café expresso fica com 90% das doses, seguida das várias outras possibilidades de bebidas com café:
- macchiato
- ristretto
- lungo
- corretto
- americano
- marocchino
- moka
- cappuccino
- caffelatte
- mocaccino
- affogato
Em geral, são quatro cafés por dia que cada italiano toma. Dois em casa e dois na rua (no trabalho ou na cafeteria).
A cafeteira italiana Bialetti:
Toda essa paixão rendeu um produto muito famoso, conhecido no mundo todo, que é a máquina de café expresso chamada Moka.
Criada e patenteada por Alfonso Bialetti em 1933 dentro da sua oficina, onde fazia objetos em alumínio. De forma ortogonal, seu desenho foi influenciado pela corrente artística “Art Decò”, e seu mecanismo foi inspirado no antigo sistema de lavar roupas chamado “Lisciveuse”
Isso mesmo! A “lava-roupas” da época era um caldeirão onde se esquentava a água no fogo e trabalhava com um mecanismo de pressão, parecido com a Moka de hoje.
Com um design tão inovador para a época, esta cafeteira tem até um exemplar no Museu de Arte Moderna de Nova York, o MOMA.
E não só pelo design ela é a mais conhecida, mas também pela qualidade e consequentemente, segurança, já que é uma cafeteira que trabalha sob pressão, a Bialetti é feita com materiais de alta qualidade. Desde a válvula de escape da pressão, um dos componentes de maior importância até o seu cabo.
Sim, este cabo sendo de plástico, se não for de qualidade, e indo muito próximo da chama do fogo, ele acaba derretendo e você perdendo sua amada cafeteira.
Portanto, vale à pena investir um pouco mais quando for comprar o seu exemplar de Moka, ok?
Curiosidade sobre a Moka:
Nos anos 50 o filho de Alfonso Bialetti, Renato, com seu espírito empreendedor, vende em um ano, mais de um milhão de cafeteiras.
E o nome Moka, vem de uma cidade do Yemen chamada Mokha, cidade renomada por ter sido o maior mercado de café entre os séculos XV e XVII e reconhecida pelas qualidades dos seus grãos.
Finalizando com outra super-dica: se um dia você estiver na casa de um amigo italiano e ele te convidar para tomar ou preparar um café, nunca lave a cafeteira com água e sabão depois, ok?
Eles afirmam que o resíduo do sabão pode deixar gosto na maquineta e estragar o sabor do expresso. E daí você pode também perder o amigo.
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